terça-feira, 26 de maio de 2009

Eu e as Europeias

Fiz o teste sugerido pelo Bruno, eis o resultado:


Tenho que ser muito honesto, não me imagino a votar no MEP nem no PH. Para já são dois partidos que desconheço, aceito bem que é preguiça minha. No final de contas o eleitor não pode ficar à espera de ser informado, cabe-lhe a ele também alguma investigação. Quanto ao PS e ao PSD não me revejo em nenhum deles, aliás não me revejo em nenhum dos partidos que conheço. No entanto bato-me com um dilema: votar em branco ou não votar. Provavelmente optarei pelo primeiro, tornando-me um dos poucos que se dão ao trabalho.
Passo a explicar o porquê do meu sentido de voto. Primeiro porque ando à deriva, sou Cabo-verdiano mas também sou Português e como vivi a maior parte da minha vida toda fora de qualquer um desses dois países pergunto-me se tenho legitimidade para decidir os seus destinos. Contudo, facilmente se depreende que se tenho direito é porque tenho dever e se tenho dever cabe-me dar-me ao trabalho. Apesar de considerar que não ir é também uma forma de protesto, mas ao menos indo não me acusam de não querer saber.
Segundo, o voto em branco é um voto de protesto, de descontentamento. Eu, estou bastante infeliz, revoltado e farto destas eleições por causa da sua pré-campanha fraudulenta, como já o Bruno várias vezes o denunciou. Qual será o sentido de se votar num partido e isso se traduzir na eleição de deputados para uma família nunca, ou quase nunca falada durante as eleições.
Por fim, e esta é a maior razão, tal como o Bruno denunciou, estes senhores confundem fazer campanha com um triste espectáculo de circo. Partindo, para além disso, do princípio que o português médio é burro ou estúpido, pelo menos o suficiente para não perceber. Só assim se explica que discutam tudo menos aquilo que caberá nas suas competências caso sejam eleitos para o PE.
Eu estou farto daquele folclore onde dão ares de fazer política. Se me querem convencer que ser político é fazer aquilo e que é daquela maneira que a política deve ser conduzida, lamento mas não me resigno. Não sou idílico o suficiente para considerar como Platão que a Política é a arte de governar os homens com o seu consentimento. Agora, ao compactuar com esta campanha estaria a deixá-los pensar que me podem fazer passar por parvo.
Adivinho que vou fazer um post semelhante na altura das legislativas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Na minha opinião penso que não deveremos ser tão radicalistas, ao ponto de votar em branco. Votar é um direito e um dever, que nos assiste e que não deve ser desperdiçado.

Não concordo muito, com a “propaganda” ao incentivo, do voto em branco. O voto em branco, é um voto nulo, sem significado nenhum, que não passa disso mesmo. Ao estarmos a realiza-lo perderemos todo o direito de criticar o eleito, seja de forma negativa, ou positiva, porque em nada contribuímos para isso.

È certo que nem todos os candidatos nos sugerem grande empatia, mas existirá sempre um, pelo menos, que transmitirá novas ideias e projectos, com que nos identificaremos, (apesar de existir a hipótese de não os concretizarem, mas isso já será uma outra história!). Se assim não for, estamos mal…

A mensagem que vos quero deixar, é que sejamos positivos e que apesar de nem sempre isso se reflectir nos nossos governantes, há que lhes facultar uma hipótese e acreditar que algum deles fará um dia a diferença.

Boas eleições meninos!

Jorge Wahnon disse...

Caro/a Anónimo,
Permita-me discordar, um voto em branco tem significado. Tem peso, e a meu ver, mesmo que formalmente tem um peso muito importante. É um voto de protesto. Como tal tem tanta legitimidade como qualquer voto num ou noutro partido e contrasta com o voto nulo ou com a abstenção. Pois o primeiro revela incompetência ou, por outro lado, é próprio daqueles que acham por bem satirizar a situação. Já a abstenção é própria de quem não se importa.
Já uma segunda crítica que me fez aceito-a com algum peso. De facto fui irreflectido. Não era minha intenção participar nessa campanha do voto em branco. Não sou de campanhas. Porém, no meu intimo sinto-me ultrajado. Não posso compactuar com quem faz pouco de mim e ainda menos escolher tal pessoa para me eleger.
Já relativamente a acreditar nos governantes... Acreditar nos cargos e o que representam é uma coisa, na forma como agem é outra. Daí votar em branco, na esperança que isso ajude a alterar os comportamentos e a mudar as pessoas.
Cumprimentos!