terça-feira, 26 de maio de 2009

Repetitivo.

Pelos vistos a malta que anda na política não anda a visitar este humilde mas enorme espaço de debate. Há tempos escrevi que considerava no mínimo incorrecto usarem-se estas eleições europeias para lançar medidas e criticas nacionais quando o que está em causa é acima de tudo o interesse europeu. Agora que a campanha está no auge com participação em comícios dos líderes dos partidos e dos cabeças-de-lista, este erro continua e poderá estar mais forte que nunca. Para isso é suficiente assistir às últimas declarações dos responsáveis do PSD e do PS.

Dei por mim a ver uma frase muito semelhante a esta num qualquer canal televisivo “Votar no PSD é votar na mudança”. Ora bem, reforço a ideia de que estamos perante eleições para o PE. Deixo-vos a actual distribuição de lugares naquele órgão comunitário.

Partido Popular Europeu (Democratas-Cristãos) e Democratas (EPP-PD): 278

Grupo Socialista (PES): 216

Aliança dos Democratas e dos Liberais pela Europa (ALDE): 104

União para a Europa das Nações (UEN): 44

Verdes/Aliança Europeia (EFA): 42

Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (IND/DEM): 41

Independência/Democracia (ID): 24

Identidade, Tradição, Soberania: 23

Membros não inscritos ou lugares não preenchidos (NI): 13

Total: 785

Como podem ver quem detém a maioria (ainda que relativa) de assentos no PE é o EPP-PD, partido que alberga o PSD. Como se pode afirmar que votar no PSD é votar na mudança? Mais uma vez esta situação corresponde a um tratamento incorrecto dos factos. Votar no PSD nas legislativas é mudar, nas europeias não.

Vi também uma campanha do PS em que se falava da privatização do sistema se segurança social que o líder do partido terminantemente repudiou. Ora bem, essa hipotética medida nunca poderia ser alvo de debate no âmbito de eleições europeias, mas antes em legislativas. Porém mantém-se este registo que quase nenhum partido consegue evitar.

São estes pequenos factos que parecem dar-me razão quando afirmo que estas eleições não estão a ter o tratamento merecido mas antes estão a ser um joguete usado ou para criticar ou para defender políticas nacionais.

Fica o reparo.

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