domingo, 26 de outubro de 2008

Coisas que me chateiam no mundo

Caros leitores estou hoje aqui, nesta hora tardia para vos falar, aqueles a quem interessar, de coisas que me chateiam no mundo, particularmente nas pessoas.
Começando por ordem cronológica de acontecimentos na minha vida, a primeira ofensa ao meu estado psicológico é o uso de inglesismos por parte das pessoas hoje em dia. Estava eu a trabalhar durante o verão, quando uma das minhas colegas se sentou na minha cadeira. Quando eu regressei à dita cadeira, sem particular vontade de me sentar ou demonstração de desagrado por ela lá estar sentada, ela disse, e eu cito, "Desculpa lá por me ter sentado no teu spot". É louvável a atitude da rapariga em pedir desculpa? É. Mas porquê dizer spot? Expressões como estas infelizmente `há muitas.
O segundo acontecimento marcante aconteceu à dias, enquanto me deslocava de autocarro. Estava eu na minha rotina de dormir durante as viagens de autocarro, quando acordo sobressaltado com os gritos de uma senhora ao telemóvel. Será que as pessoas não percebem que quando falam ao telemóvel não há necessidade de gritar. O outro interveniente pode estar a quilómetros de distancia, mas gritar não faz grande diferença. Se querem gritar podem desligar o telemóvel e berrar à vontade para a outra pessoa ouvir. Diga-se que a conversa da dita senhora era com o filho. Ligou-lhe para dizer que já iam a caminho de casa e que nos hospital disseram que não se passava nada de errado com o pai. Depois de desligar virou-se para o marido e disse que o filho estava com cara de poucos amigos. Folgo por saber que o senhor está bem, mas não tendo um telemóvel de terceira geração, como é que a senhora sabia como estava a cara do filho?
A terceira e ultima situação prende-se como o uso de expressões como fundamental e essencial. Frases do género, a função base do berbequim é fazer buracos nas paredes para serem usados na construção. Existe mais alguma função que não a função base? Uma coisa do género, a função base do berbequim é fazer buracos nas paredes para serem usados na construção, mas se for apontado à cabeça mata pessoas; havendo assim uma função secundária? Parecendo que não isto é chato quando estamos a resumir um livro e temos de estar a cortar palavras para o resumos não ser maior que o livro!

Afinal há mais uma situação. Horas atrás enquanto estudava, bati numa mosca, tendo quase a certeza que a matei e deixei caída no tapete. O problema é que agora não encontro o corpo.

Um adeus do caraças.

PS: Peço desculpa se a qualidade literária não for a melhor, mas já é tarde e passei o dia a estudar Gestão de Operações, que por muito que vos custe a acreditar, não é a área do saber mais interessante do mundo.

Um pacto histórico.

Comemoraram-se ontem os 72 anos da assinatura do tratado de aliança entre Adolf Hitler e Benito Mussolini que originou, juntamente com o Japão, o Eixo que se tornou numa máquina de guerra absolutamente devastadora responsável por 50000000 de mortos durante a Segunda Guerra Mundial.
Este pacto permitiu a Hitler ocupar-se unicamente da Europa, enquanto a Itália se ocupava do Norte de África e o Japão da Ásia. Pelo menos no início.
Tudo estava a correr bem, para o Eixo, até meados do ano de 1942, em que atingiu um elevado número de territórios conquistados. A partir daí foi o descalabro total. Apesar de se ter ganho muito terreno em África até ao momento, parece-me que a opção táctica de se avançar para sul era escusada. A guerra relâmpago ou blitzkrieg apenas teve sucesso no início como era pretendido, não devia ter sido levada demasiado longe como me parece ter sido feito. Conquistar 1/5 do Mundo em 3 anos de guerra requer imenso esforço, esforço esse que despendido por apenas três países (com colaboração de alguns mais) ganha maior valor. Porém esse esforço traduziu-se em cansaço. A propensão para atacar África por parte do Eixo acrescida da entrada dos E.U.A. na guerra, potenciada por “Pearl Harbor”, e a entrada da U.R.S.S. no conflito, motivada pela violação do pacto de não agressão por parte da Alemanha, desencadearam o desastre do Eixo. Estes três acontecimentos são os três “tiros no pé” que o Eixo deu em si próprio. Em suma chamaram-se dois gigantes mundiais para a guerra e gastaram-se meios em territórios que posteriormente poderiam ter sido conquistados. A Alemanha devia cingir-se à Europa Ocidental e Central que nunca esteve totalmente em seu poder. Portugal (com algumas reservas) e Espanha estavam de facto controlados, ainda que não conquistados, mas Inglaterra, que se revelou incansável na luta contra os alemães, não. A Itália deveria ter segurado a Europa do Sul e talvez fazer uma ou outra incursão africana mas não mais que isso. O Japão deveria cingir-se à Ásia, território de difícil conquista. Com esta exposição pretendo (com a ressalva de que não conheço todos detalhes que motivaram as escolhas tácticas do Eixo e de que à distância temporal de 72 anos e um dia é fácil criticar) demonstrar, partindo do tal pacto de aliança entre a Alemanha e Itália, que não foi benéfico para o Eixo o expansionismo levado ao extremo e quem sabe o tal tratado visto que foi também por alguma ineficácia italiana no Norte de África que se deu o deslocamento de parte do exército alemão para aquela zona do globo, desguarnecendo outras regiões que necessitariam da presença do exército para se manterem sob o domínio alemão. Mais uma vez, fica o reparo.


Cartaz propangandístico da Segunda Guerra Mundial.

Fonte http://bss.sfsu.edu/internment/posterstampeout.html

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

"Maioria Absolutíssima!"





"PS consegue uma maioria ABSOLUTÍSSIMA!"


Assim falava o interlocutor de uma estação televisiva relativamente às eleições regionais açorianas. Serei apenas eu a ver o ridículo da questão? Que exista uma diferença entre uma vitória com maioria e uma com maioria absoluta eu percebo. Agora, absolutíssima?! Pergunto-me mesmo se esta palavra existe no léxico de qualquer pessoa normal. Imagino a reconfiguração da gramática portuguesa para passar a incluir um grau superlativo absolutíssimo de superioridade: Aquele em Que a Superioridade é superior, utilizado quando se pretende o endeusamento do termo classificado...

Enfim, cenas do caraças...


Cumprimentos

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Parabéns ao blogue (1 ano):

Venho através texto congratular todos aqueles que tornaram este blogue possível, desde os colaboradores aos visitantes. Foi 1 ano de demonstração de espírito critico e de acutilância verbal. Ainda que com interregnos, criou-se uma dinâmica de produção de textos de qualidade dificilmente igualável. Alterou-se o esquema gráfico do blogue de modo a torná-lo mais apelativo. Fizeram-se no total 73 textos (a contar já com este). O blogue foi visitado por 362 vezes desde que foi colocado o “sitemeter” (algo recente). Já visitaram este blogue pessoas dos EUA, Angola, Moçambique, Suiça, Bélgica e muitos outros (indicação do “sitemeter” que poderá carecer de confirmação). Posto isto, dever-se-á dizer (ou escrever) que muito foi feito, mas ainda muito há a fazer, porque não podemos deixar cair este projecto.

Um Blogue do Caraças, há um ano a melhorar o Mundo.

domingo, 12 de outubro de 2008

So me apetece virar a minha vida de pernas para o ar!

Pessoal, está tudo trocado, na proxima vida quero fazer tudo ao contrario. Começar morto, fica logo esse assunto despachado. Depois acordar num lar de idosos e sentir me melhor a cada dia que passa, até que acabo por ser expulso por ser demasiado saudável. Receber uma pensão antes de começar a trabalhar, viver bem sem fazer nada. A seguir trabalho 40 anos em direcção à fase da "Flor da Vida". Divertir-me, embebedar-me, ser de uma forma geral promíscuo! Chego ao liceu, depois a primária, ser criança! Brincar sem preocupações nem responsabilidades! Ao que se seguem 9 meses num Spa de luxo com aquecimento central, comida a descrição e um quarto que é maior de dia para dia. Por fim, acabar a minha existência com um belo orgasmo! Que vida..

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Mas afinal o que é que eu quero ser quando for grande?*

Sou um Estudante. Não sei se mereço a maiúscula do título, enfim... Dizia, frequento um estabelecimento de ensino. Estabelecimento esse destinado, como qualquer outro, a formar elites. O núcleo duro da sociedade. Naturalmente esse objectivo último é frustrado, a maior parte da malta vai mas é sustentar elites que é a sua única razão de ser. Talvez se safe um ou outro.
Leitor/a "E o que é que me importa o que este cromo que prefere ficar no anonimato tem para dizer?" Rigorosamente nada caro leitor/a. Se quiser mudar de canal, aconselho! Aviso desde já que se segue lixo. Que aqui não direi nada de novo nem nada de inteligente. Sic.
Dizia. Estou portanto habituado a ver as coisas de cima para baixo. Quando vejo as notícias vejo países, governos, instituições, vontades mediante interesses. Qualquer hipótese de futurismo é sempre condicionada a sistemas , qualquer explicação do passado também. Análises essas que eliminam o individuo. O mundo funciona através de uma teia de sistemas, sejam eles quais forem, que procuram a sua própria sobrevivência. A pessoa humana não importa. Quando muito importarão as ideologias que para ela supostamente existirão mas que na verdade servem algo que procura crescer.
É realmente nojento isto não é?
Quer dizer, pensar que um gajo existe com o único objectivo de melhorar alguma coisa no mundo e no final de contas, se trabalhar bem, melhora uma coisa qualquer que mal lhe é palpável para beneficio de alguma coisa que não aqueles seres humanos que se lhe assemelham. Nojento, mas é isto que penso do mundo.
Vivo por isso um dilema intelectual, uma crise existencial. Se calhar apenas um episódio, vá.
Desde de pequenino que me ensinam que existem coisas louváveis e coisas que não se devem fazer, creio que lhe chamam valores. Um sistema de crenças que procura fazer o mundo um algo melhor - eu por mundo, entendo as pessoas que habitam o planeta terra (desculpem-me qualquer coisinha os defensores dos direitos dos animais aos quais não poderei reconhecer direitos até ver garantidos os direitos elementares de todos os seres humanos).
Abracei esses valores e no topo da minha lista vem o humanismo. Ser um bom ser humano, fazer pela humanidade, isto é, pelos indivíduos que compões as massas.
Estou fodido! As minhas análises destroem todos os meus ideais. Destruirão por ventura, a minha razão de ser. O sentido da vida, vá, o meu caminho para a felicidade.
Se para mim, o nível mais elementar de humanidade seria não deixar o próximo morrer de fome. Seguindo-se coisas como a garantir a segurança de todos, o acesso à saúde, à educação e por aí fora.
O que é que eu aqui estou a fazer? Se sei que nada poderei fazer para tornar o mundo menos desumano. Se sei também que na história da humanidade ninguém se importou e que ninguém se irá importar, a começar por mim, que raio de objectivo de projecto de vida é o meu?

E agora? Ignoro os ideais, valores, que me foram transmitidos pelos meus progenitores? Ou luto? Lutar não pode ser que tem conotações. Dizia, ignoro ou bato-me em vão por um mundo melhor? Será neste cruzamento mental que me encontro.

Nem tanto ao mar nem tanto à terra dir-me-ão uns.
Alguém dizia (ou será que inventei?): Trava pequenas batalhas. Melhora a vida primeiro a uns poucos, sob um só aspecto e depois cresce na tua luta se puderes.

Não sei... Talvez venda a minha alma ao diabo. Muito provavelmente, para continuar a viver. Entregar-me-ei a uma causa de cada vez, ou parte de uma causa de cada vez. Iludido de ser um bom samaritano continuarei a minha vida egoístamente como uns tantos outros. A sobreviver.

Perdoem-me a hipocrisia da reflexão.
Não sou daqueles que pensam que somos e devíamos ser todos iguais. Apenas me faz confusão que vivamos tão bem quando, a título de exemplo tantas pessoas morrem à fome todos os dias muito provavelmente sem o merecerem. Porra! Explorador e explorado sim senhor, mas já agora bem que podíamos dar um bocadinho de vida aos explorados, não? Ou então deixávamos de falar em valores e passaríamos a falar em regras de conduta que facilitem a vida em sociedade mas que não colidam com as vontades de quem a dirige.




Contra mim falo



* E já agora, porquê?


P.S.- Prometo que um dia deixo de escrever por escrever

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Os compinchas

Senhoras e senhores, meninos e meninas, estou de volta. Os senhores e os meninos só cá estão por uma questão de delicadeza, porque o que importa são mesmo as fémeas.
Deixando-me de estupidez habitual, estou cá para falar de uma questão muito séria.
Estava eu a passear pelo mundo das noticias em Portugal, quando reparei num facto deveras curioso. As noticias de reuniões entre o nosso Primeiro com nome de filosofo, e o Presidente com um porta chaves têm vindo a aumentar cada vez mais, ora são acordos assinados, ora são cimeiras para alguma coisa, ora são jantares de amigos. Posto isto, decidi fazer um levantamento das noticias sobre estas duas personagens juntas nos últimos tempos.

O primeiro dia de José Sócrates na Venezuela foi marcado por alterações de última hora à agenda prevista. Nada que os assessores do primeiro-ministro não tivessem antecipado. A confiança é tanta que até já fazem mudanças no protocolo.

Lisboa, 24 Jul (Lusa) - O Presidente venezuelano, Hugo Chavez, defendeu hoje a necessidade de o preço do barril de petróleo estabilizar, avançando com o valor de cerca de 100 dólares, como um "preço correcto".
Pronto falam sobre o petróleo, um assunto corrente, bom para quebrar o gelo.

Quando esteve em Portugal, Hugo Chávez jantou com o primeiro-ministro no restaurante Bica do Sapato. Antes de chegar à boca de Chávez, a comida passou pelos provadores.
Pronto afinal ainda não são assim tão amigos

Lisboa, 20 Ago (Lusa) - O CDS-PP estranhou hoje que o primeiro-ministro tenha "confidenciado" ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, que a economia portuguesa está estagnada, quando o Governo tem sublinhado publicamente que "os resultados são satisfatórios".
No entanto até já faz assim umas confissões.

Chávez firmou encomenda de portáteis Magalhães
Afinal eram só negócios, estava a ver se conseguia um preço de amigo...

domingo, 5 de outubro de 2008

Tanto para discorrerr... Uma crise financeira, umas confusões no Cáucaso, uma China complicada, um continente Africano todo ele cheio de novidades diárias, toda uma panóplia de coisas a acontecer. Outras que aconteceram como o 5 de Outubro, o Estado novo, a guerra fria. E ainda as questões metafisicas, teórico-académicas, como o melhor sistema de governo, o melhor regime político, o melhor modelo económico. Tudo ao que parece em voga e tudo interessante.
Pois é, caro leitor. A estes suscitadores de indecisão juntamos a falta de tempo e passamos muito tempo sem deixar aqui uma notinha do nosso pensamento, das nossas ideias do caraças!
Cheguei à brilhante conclusão, caro leitor, e já não era sem tempo, que para além de ser jovem, sou também idiota, parvo, ignorante e desinteressante. Nessa mesma sequência, conclui que cheguei àquela fase da minha juventude naqual começo a assumir posições e realidades nas quais acredito ou não. Começo aqui a assumir-me enquanto jovem cidadão!*
Pois então, desta feita, assumo-me como ateu, anti-clerical, e porque sou situacionista, laicista radical, já que sei que a religião não há de desaparecer nos próximos séculos, se é que alguma vez.
Perdoem-me os noventa e tal por cento da população que se diz serem crentes/religiosos. A maiorioa dos quais, não condeno, nem guardo rancor, muito menos sinto pena ou me julgo mais clarividente que os mesmos.
Embora não acredite, e não sinta qualquer necessidade de acreditar. Embora não dúvide que não existe deus ou um ser super poderoso. In extremis, o argumento de eu não saber se realmente existe ou não, é válido. Tal como aquele do: é uma questão de fé!
Agora, repudio as religiões. Repudio por completo as organizações religiosas.
Repudio a exploração fácil do próximo, bem sem que não são só as religiões a fazê-lo. Mas repudio estas em especial. Repudiu o aproveitamento da vulnerabilidade do próximo para a assimilação de uma base de poder. Repudio o uso de uma suposta clarividência para se fazer de pastor guiar as pessoas so porque deus terá assim dito. Quando na verdade é para proveito de alguém, sim, não se enganem, tudo o que implica poder implica proveito de algum mortal. Mais que tudo irrita-me que as pessoas não se tenham apercebido que as religiões não passam de um projecto de governo, governabilidade, iminentemente político e, a meu ver ultrapassado! Sinto-me por isso atacado pelas intromissões religiosas na política. Faria a minha paz com a religião se esta se separasse inteiramente da vida pública.
Quanto às instituições sociais das religiões são muito boas sim senhor, criam um espirito de comunidade, dão esperança e incencentivam a caridade (pelos vistos até tornam a dor mais suportável). No fundo humanizam. Nem tudo na religião é mau. Mas existem outras formas de o fazer! Pelo que também as repudio porque no fim da linha vão servir o propósito das instituições religiosas em si. O poder. O monopólio das crenças, do certo e do errado, do modelo a seguir.
Escrevi tudo isto porque sim. Sem qualquer apoio bibliográfico ou factual. Sem qualquer referência académica e sem qualquer razão de ser para além da minha consciência recém fabricada e sem valores.
Aceito perfeitamente a inutilidade deste artigo, o seu desinteresse e a sua descartibilidade como mais uma opinião populucha, populista e parva.
Mas é assim mesmo que este mundo é levado não é verdade?

P.S.- Estou irritado com a vida hoje e sei disso.


*Não pense o senhor leitor que tive uma epifania e que acho que é isto que me vai tornar mais lúcido, interessante, menos parvo ou menos ignorante. Todos sabemos que assim não o é, não é verdade?