sexta-feira, 31 de julho de 2009

14th PAYS

Depois dos exames, eu e o Bruno estaremos aqui

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O Tour.

O Tour é uma prova fantástica que se realiza todos os anos e junta os melhores ciclistas do momento numa luta de autêntico sacrifício e empenho pela camisola amarela.

O Tour deste ano teve maior élan principalmente devido às querelas na equipa Astana entre Armstrong e Contador. No entanto, outra luta também deu outra intensidade à prova, a luta de Hushovd e Cavendish pela camisola verde. Estas “lutas” não se ficaram pela corrida. Foram várias as trocas de galhardetes entre estes profissionais do ciclismo. Parece-me que algumas foram bastante deselegantes, outras mais aceitáveis mas parece também que isto está para durar. Ainda hoje vi em Jornais Contador dizer que não admirava Armstrong e este a responder-lhe que o espanhol tinha muito que crescer.

Afinal ter dois potenciais líderes na mesma equipa pode não dar bons resultados. Por acaso até deu. A equipa ganhou mas o ambiente não seria de facto o melhor. O sistema com que são, na actualidade e há bastante tempo, montadas as equipas de ciclismo está na base disto tudo. Em regra a equipa é montada com um líder e com os restantes ciclistas a trabalharem para ele. Creio que este sistema, apesar de perfeitamente lícito, usual e até mais seguro (no sentido de alcançar a vitória), tira alguma pureza ao ciclismo. Deste modo como pode um ciclista menos cotado afirmar-se numa equipa e numa prova se está tapado (passe-se a expressão) pelo líder? Fica assim mais restrito o leque de potenciais vencedores. Bem sei que de os agora líderes já o não foram anteriormente. No entanto, não deixa de merecer um reparo esta situação.

Fica então este grande Tour vencido por Contador que já conta com duas vitórias na prova. Para o ano conta com a concorrência de Armstrong, porém, noutra equipa.


Dentro em breve começará a Volta a Portugal. Uma prova que tem vindo a perder importância ao longo do tempo. Sobre este assunto apresentarei um outro texto brevemente.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Políticos

Depois de muito se falar sobre as desavenças no Assembleia de Republica, parece que não é só em Portugal que o Parlamento é um circo...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O Comunismo.

Já foi há algum tempo que as declarações do Presidente do Governo Regional das Madeira fizeram "estremecer" o país. No entanto, entendo ser pretinente chamar à colação um texto que fiz a 3 de Maio deste ano na rúbrica que faço aos domingos no Laranja Choque.

Reflectindo hoje em dia, pergunto-me se mesmo aquilo que acima referi, da sociedade nivelada, fará sentido. Uma sociedade nivelada não potencia ninguém, estanca no tempo, não dá espaço de liberdade, não permite o sucesso pessoal. Afinal, o comunismo pressupõe a total submissão do indivíduo à Colectividade, ao Estado. Princípio totalmente errado.Por isso se compreende o actual panorama comunista na Europa. Diria que só alguns partidos comunistas europeus se podem equiparar ao PCP no que à importância dentro do país diz respeito. Podem haver muitas forças de esquerda, mas partidos comunistas, poucos há. Aliás, na Alemanha os partidos de extrema-esquerda estão proibidos assim como os de extrema-direita.Perguntar-me-ão: mas porque raio temos em Portugal um partido comunista?A resposta é simples. O fundamento para tal fenómeno reside na história. Portugal viveu quase 50 anos numa ditadura de direita. O único partido organizado, ainda que clandestino, era o PCP. O único que não se dissolvia após eleições manipuladas. O único que ia resistindo contra ventos e marés. Era o partido da resistência.Com o 25 de Abril, cedo se percebeu que em Portugal aquele partido dificilmente iria concretizar o regime que propugnava. Prova disso é o golpe de Novembro de 75 e as eleições de 76 em que a extrema-esquerda foi liminarmente recusada.Assim se explicam os actuais 8% (sensivelmente) que o partido ocupa no eleitorado.Actualmente o PCP padece de uma insuficiência mas que lhe é genética. Se estamos perante um partido cuja ideologia assenta, mais tarde ou mais cedo, na imposição do seu regime a todos, não pode haver cedências, de todo. Por um lado, a firmeza de um partido na prossecução dos seus ideais é fantástica tendo em conta que muitas das posições tomadas por alguns partidos, hoje em dia, são dominadas pela procura de votos e não pela sua ideologia. No entanto, essa firmeza, no caso do PCP, só pode trazer resultados menos agradáveis.Claro que importa ter partidos à esquerda. Aliás é fundamental. Tal como o é à direita.Será, no entanto, admissível um partido que nega o próprio sistema em que actualmente está inserido?Esta questão leva-nos a outra, levanta em Ciência Política e Direito Constitucional. Deverá a Democracia ser tolerante com os que lhe são intolerantes?São perguntas de resposta problemática. Uma eliminação de um partido que, ainda assim, representa 8% do eleitorado poderá revelar-se de difícil resolução e “pode virar-se o feitiço contra o feiticeiro.” É preciso cuidado.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ASAE.


Se a decisão do Tribunal Constitucional for semelhante à do Tribunal da Relação de Lisboa, temos aqui um enorme berbicacho. A possibilidade de estarmos perante uma inconstitucionalidade orgânica, no caso de a criação desta polícia ter de passar pela Assembleia da República e não ser susceptível de aprovação apenas governamental, deixa a ideia de ter havido incompetência (nos vários sentidos, jurídico e não só) na formulação desta entidade. A verificar-se uma decisão do T.C. na linha do que foi decidido pelo T.R. de Lisboa é possível que o Estado tenha que indemnizar uma multidão devido ao facto de a entidade não ter sido criada de acordo com a Constituição e de ter procedido ao longo destes anos a várias detenções e apreensões.

Se isto de facto suceder terão que ser assacadas responsabilidades na medida em que está em causa o dinheiro dos contribuintes, o herário público, que assim é desbaratado indevidamente por não se ter respeitado a Constituição.

O mais que posso esperar é que a decisão seja justa.

Fica o reparo.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Cartão do Cidadão, um autêntico teste.

Requeri há alguns meses a criação do meu cartão do cidadão pois o meu BI estava quase a caducar. Fi-lo numa das Lojas do Cidadão de Lisboa. Estive há volta de 3 horas à espera, aproveitando para estudar qualquer coisa. Pelo meio assisti a muito desnorte, mas não esperava eu que iria encontrar pior quando fosse buscar o dito cartão.

Pedi que o enviassem para a Conservatória do Registo Civil do meu concelho na expectativa de demorar menos tempo a tê-lo. Qual quê?

Numa primeira tentativa cheguei às 11 ao local, já não havia senhas.

Num segunda tentativa, cheguei às 10, já não havia senhas.

Numa terceira ida ao local, lá tive a minha senha. Cheguei pelas 8 e 30, aguardavam diante de mim mais de 50 pessoas que ansiavam ardentemente pela abertura das portas. Lá abriram as portas. A senha que me coube em sorte foi o 42. Sim, o 42. Achei que aquilo havia de ser relativamente rápido visto que no fundo ia só lá buscar um cartão. Enganei-me. Eram 10 e 30 ainda não tinha chegado à senha nº 10. 1 hora e 30 minutos e nem 10 pessoas naquele balcão tinham sido atendidas. Atalhando caminho, para vos poupar a uma narração exaustiva do que eu encontrei, passemos a um resumo. Estive lá 5 horas e 15 minutos! Como é que isto é admissível? Vim a saber que o funcionário que atendia aquele balcão estava a atender ainda outro por falta de funcionários que teriam ido de férias. Muito bem, sim senhor. 5 horas e tal de espera para ir buscar um cartão, destruir os antigos e fazer uma impressão digital. Onde já se viu. Que raio de profissionalismo é este? Pessoas haverá que passam o dia inteiro para apoderar-se de um cartão que já está feito. Pessoas há que perdem um dia de trabalho nesta brincadeira, que de engraçada tem muito pouco. Alguém tem que pôr cobro a isto. Pelos vistos o simplex não é suficiente. São necessárias medidas. Haja paciência.

Fica o reparo.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Em que é que ficamos?

Comissões.

Ontem assisti à comissão de inquérito de audição do Director de Informação da RTP, José Alberto Carvalho, motivada por Agostinho Branquinho, deputado do PSD que se insurgiu contra a falta de tempo de antena que o canal estatal lhe concede. Convém lembrar a este respeito que existe um sistema de quotas no canal obedecendo a imposições da ERC. As quotas funcionam deste modo: Governo e PS 50%, Partidos com assento parlamentar 48%, Partidos sem assento parlamentar 2%. De facto percebe-se o princípio do pluralismo partidário e é de salutar que seja respeitado, no entanto, levado ao extremo, cai no ridículo. Contar ao segundo o tempo para cada partido revela-se uma tarefa difícil. Aliás, se um partido tem mais motivos para ser notícia que os restantes, facilmente se compreenderá que apareça mais vezes na RTP.

À queixa do PSD juntaram-se as perguntas com elevado grau de queixume do CDS. Entre outras coisas o CDS alegava que num ano o partido não teria aparecido no programa “Prós e Contras” e questionou a responsabilização das sondagens das eleições europeias que davam 2% ao CDS. À primeira questão o jornalista respondeu alegando que dos muitos convidados daquele programa apenas uma parte reduzida eram políticos. Ainda assim, creio que eram 30 e tal, e não caber nesse nº um deputado do CDS, afigura-se um pouco estranho. Apesar de tudo, o director de informação pareceu safar-se bem. Quanto à segunda questão, José Alberto Carvalho alegou que o responsável pela empresa de sondagens a que a RTP recorreu para as eleições europeias, chamou a si a responsabilidade pelos erros. O jornalista defendeu-se ainda com dois pontos. Primeiro, disse que ninguém garante que na altura em que se fizeram as sondagens aqueles resultados não estavam certos. O deputado ripostou afirmando, creio, que em poucos dias seria difícil uma alteração de voto tão significativa. Replicou o jornalista dizendo ser isso totalmente possível, mostrando o exemplo de um Ministro que deixou a pasta por um gesto de segundos. A resposta não pareceu ser inteiramente satisfatória. No entanto, o segundo argumento do jornalista poderá colher, ainda que com reservas. Esse argumento residia no facto de em França, a Frente Nacional apresentar resultados nas sondagens sempre inferiores aos das eleições. Isso levou as empresas de sondagens a dar uma margem de erro relativamente àquele partido. A razão para este desfasamento, creio, estar no facto de a Frente Nacional ser um partido de extrema-direita e por isso as pessoas não se mostrarem dispostas a demonstrarem publicamente o seu apoio àquele partido, com algum medo de represálias. No entanto, dois pontos há a afirmar acerca disto. Primeiro, o CDS, ainda que de direita, não é um partido de extrema-direita pelo que comparações nesse sentido são perigosas e podem revestir alguma incorrecção. Segundo, quando se fazem sondagens, a pessoa que responde às questões que lhe são colocadas fá-lo sob anonimato, pelo que se afirmar ser de esquerda ou direita em princípio não terá consequências de grande relevo.



Para além de tudo isto, José Alberto Carvalho revelou que a RTP não tem nenhum programa em que haja uma única pessoa a debitar opinião sem contraditório. É um facto. Aliás, só me recordo de um, e bem recente, nesses moldes na televisão portuguesa. É o “Ponto e contraponto” do Senhor Pacheco Pereira transmitido pela SIC Notícias. Já que a este tema chegamos, importa fazer algumas leituras acerca deste programa. Desde logo surge numa altura no mínimo sui generis. O surgimento de um programa de um militante do PSD logo a seguir às eleições europeias que o PSD ganhou, e tão próximo das eleições que se seguem, parece contribuir e muito para uma espécie de vaga de fundo (se é que as há) em torno do PSD. Depois, o conteúdo do programa também merece comentários. Aquilo no fundo é um espaço onde um militante do PSD, crítica, comenta e disserta sobre o que quer e bem lhe apetece. Muito bem. Agora, fá-lo sem contraditório. Sim senhor, Pereira avisou logo no inicio que aquilo era opinião dele, creio eu. No entanto, não deixa de causar estranheza um programa nestes moldes. Parece um blogue. Tendo em conta que o senhor em questão já tem um e aparece noutro programa no mesmo canal, tem laivos de abusivo o surgimento deste novo programa. Contudo, não é ilícito, nem imoral, mas dá que pensar…como tudo.

Fica o reparo.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Viva o Circo II

Via Câmara dos Comuns

Imitem antes os Canadianos pah!

O Serviço Nacional de Saúde português, das poucas medidas públicas que partiam de uma boa premissa tem-se demonstrado insuficiente. A qualidade do serviço parece ficar muito aquém do desejável e parece mesmo que se tem deteriorado. Estou certo que por várias razões e desconheço-as de facto (adivinho que as políticas dos sucessivos governos não têm ajudado). Porém, tenho vindo a constatar que assistimos a uma crescente privatização do sector. E aí, culpo as políticas públicas.
Portugal é um país onde os lobbies existem mas onde são um tabu. Não é preciso ser nenhum cientista, nenhum iluminado, para se reparar que o lobby da farmácia, dos médicos e dos seguros mandam no país. Basta estar ligeiramente atento às notícias. A titulo de exemplo, lembro-me de recentemente o governo ter anunciado que iria baixar os preços dos genéricos. Magicamente, pouco tempo depois, já não iam baixar. Hmm... Pergunto-me por que será? E ainda achamos bem apontar médicos como ministros da saúde porque... conhecem as dificuldades do sector?
Seja como for, o certo é que como os hospitais públicos não dão vazão às suas incumbências e a solução tem sido deixar os que podem pagar por aquilo que devia ser fruto dos seus impostos. Assim têm nascido hospitais, clínicas e consultórios privados que nem cogumelos. E todos achamos bem. Todos não sei, mas aqueles que podem pagar um seguro de saúde ficam felizes. Pois têm na CUF o que não têm nos hospitais públicos, sem terem de esperar. É caso para dizer "Porreiro pá!"
Usando os E.UA. como referência vai-se lentamente fazendo da saúde uma industria ainda maior do que o que ela já tem que ser. Privamos muitos de cuidados médico porque não ganharam dinheiro suficiente para "o merecerem" sob a desculpa da eficiência, da acessibilidade e sabe-se lá o que mais. Em vez de se exigir estas qualidades do público, sob uma falsa pretensão capitalista, liberal, pensamos que é bom. Deve ser o medo soviético...
Então mas se isto é assim tão bom, os americanos devem estar bastante felizes, não?



terça-feira, 7 de julho de 2009

Saudações grandiosas para os meus caros leitores.
Antes de começar com o verdadeiro motivo que me trouxe aqui, uma pequena reflexão sobre o circo que se transformou Madrid e o seu principal palhaço a quem agora chamam CR9. O melhor da cerimónia não foi a aparição de Eusébio mas sim os falhanços consecutivos do dito CR9 em diversos malabarismos. Já agora, aproveito para falar sobre o circo em geral. Creio que se recordam do que se passou durante o último mandato de Florentino Perez. Gastou milhões na construção dos "Galácticos", para depois não só perder tudo como ser humilhado no caminho. Espero para ver o que acontece desta vez... Já agora, onde é que o Senhor arranja o dinheiro?

Avançando agora para assuntos sérios, hoje enquanto via um noticiário, reavivou-se o meu interesse no caso das Honduras, pelo que resolvi fazer uma pequena pesquisa. Durante a cobertura feita pelos media, tudo apontava para que o Presidente Manuel Zelaya fosse um pobre coitado que fez tudo pelo povo para agora sofrer um golpe de Estado por militares de direita. Ao que parece, o Senhor como experimentou um pouco de poder e percebeu que mandar até tem piada, queria fazer um referendo antes das eleições, com o objectivo de alterar a Constituição. Segundo os seus opositores e algumas fontes noticiosas, o objectivo da alteração à Constituição era poder concorrer às próximas eleições. Após a deliberação do Congresso Nacional de que o referendo seria ilegal, o Presidente decidiu avançar com os seus planos, o que acabou com a sua detenção e extradição.
Talvez eu tenha andado distraído, mas é engraçado como os media pintaram o caso de uma forma completamente diferente.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Comportamentos.

Esta manifestação de fanatismo, de um carneirismo (a expressão não é minha) sem travão, de especulação, de pura palhaçada em torno da apresentação de Ronaldo no Real Madrid é degradante.

Eu sou adepto de um clube de futebol mas custa-me compreender este movimento em torno de um único jogador, de um único ser humano. Recordo-me de desde pequeno não alimentar qualquer espécie de idolatria por qualquer figura que se notabilizasse em qualquer área. Creio não ser sequer saudável esse tipo de comportamento.

Podia só ser o facto de o Santiago Bernabéu ter sido preenchido por 80000 personagens que foram lá apenas ouvir o Presidente Florentino dizer uns quantos lugares comuns e Ronaldo dizer a frase (adaptada) mais batida da história do futebol “Desde pequeno que queria aqui jogar” para me causar a mais profunda repugnância por esta espécie de movimento. Mas não. O facto de os media, RTP, SIC e TVI terem explorado este “acontecimento” deixa-me também completamente aturdido. Só a SIC (segundo sei, não vi totalmente a transmissão, a bem da minha sanidade mental e não sei se os outros também o fizeram) transmitiu o directo, e fez pontualmente em larga escala referências no seu noticiário ao novo jogador do Real Madrid.

Não se trata de um mal-estar da minha parte por ver uma pessoa com tanto sucesso como é o caso do jogador. Ele faz o seu papel, trabalha e ganha o seu. O problema é a circulação de pessoas e notícias em torno de um sujeito. Depois ainda há outros dois pontos. Primeiro Ronaldo não faz metade do que faz nos clubes onde passa quando está na selecção. Segundo, dizer (como já ouvi) que Ronaldo é muito humilde é a mesma coisa que dizer que Lisboa é a capital do Burundi. Porém, se entendermos que proferir a seguinte frase “Se todos os jogadores fizessem o mesmo que eu, éramos campeões do Mundo” é uma prova de humildade então pronto, sim senhor, o jogador é humilde.

Apesar de tudo, algumas palavras de alento para o futuro. Espero que se olhe para este triste espectáculo e se repense se isto é um modo de estar e de fazer jornalismo.

Reflexão do dia

O melhor momento da apresentação do CR9 foi a subida ao palco de Eusébio e o seu "Muito Obrigado!".

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Também péssimo e possivelmente pior.

Já comentei o comportamento de Manuel Pinho, mas outros comportamentos houve, naquela casa (A.R.) e noutras Câmaras, que igualmente as desprestigiaram. No entanto, essas condutas não tiveram uma repercussão tão gravosa na opinião pública, na dos partidos e na do P.R. como a de Manuel Pinho. Recordam-se os leitores de um deputado do PSD de nome José Eduardo Martins ter insultado o deputado do PS Afonso Candal? Se não se recordam vejam o vídeo, se se lembrarem vejam na mesma, que nada perdem.

Lá tive que recorrer à TVI.

Fica o reparo.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Assembleia

Um grande bem haja,

Antes de começar gostaria de pedir desculpa por seguir o mesmo tema do colega Bruno, mas parece que o senhor se antecipou.

Mantendo o habitual tom mais descontraído que o do referido elemento do blogue, gostaria de comentar o acontecimento do ano na politica Portuguesa.

Gostaria de endereçar o agora antigo Ministro da Economia e dizer que compreendo o motivo da sua reacção, afinal não é fácil debater com pessoas tão obstinadas como os deputados de esquerda. Mas agora isto já é um tudo nada exagerado...

Porque não ficar pela "troca de galhardetes" e impropérios, prática comum na Assembleia? Agora coitado é do Ministro das Finanças que tem de acumular funções. Parecendo que não os Ministros Portugueses têm um trabalho bastante desgastante e o senhor Pinho tinha vindo a fazer um trabalho notável...

Péssimo.

Há ministros que demonstram uma total falta de aptidão para a política não pelo seu desempenho no seu cargo ministerial enquanto tal, isto é não por um péssimo exercício do cargo com más e inadequadas políticas mas antes pelas suas declarações na comunicação social que debilitam a sua própria imagem e a do Governo que o ministro em causa compõe.

Um caso flagrante destes que vos refiro é Manuel Pinho. A última deste senhor foi isto. Em pleno debate no Estado da Nação, na Assembleia da República, hoje à tarde, Manuel Pinho aquando de uma intervenção do Primeiro-Ministro (pior era difícil) dirigindo-se a um deputado do PCP, Bernardino Soares, fez um gesto conhecido como “chifres”. É um gesto totalmente lamentável e inaceitável a fazer lembrar outras Câmaras Parlamentares de outras paradas. Assim de repente lembro-me de duas, uma lá para os lados do Oriente, outra bem mais próxima mas que parece querer afastar-se. Este até podia ser um acto isolado (o que não deixaria de ser lamentável) mas não é.

Manuel Pinho já nos habituou a comportamentos deste género que excedem o limite do razoável, e alguns do limite da boa educação. Devo recordar-vos de intervenções como as do “Fim da Crise” anunciado pelo ministro. Muito bem que não era relativamente a esta crise mundial que estava a começar e por aí não podemos criticar aquelas declarações. No entanto, a crise a que se referia Manuel Pinho, a nacional, também não tinha terminado naquele momento. O ministro cometeu o mesmo erro que cometera anos antes Santana Lopes que anunciou “o fim dos tempos de austeridade”. Contudo, o ministro não se ficou por aqui. Lembram-se daquelas famosas declarações acerca das vantagens do mercado laboral português? Se não se lembram recordo-vos. Segundo o ministro, Portugal era um país atractivo para instalação de empresas porque os portugueses têm em média, salários muito baixos. Realmente extraordinário. Não sei se ao leitor estas referências são suficientes mas aqui vai mais uma, mais recente. Durante a campanha para as eleições europeias Manuel Pinho atira com as “Papas Maizena” para Paulo Rangel (em linguagem figurada). Foi um acto totalmente despropositado que aliás mereceu total reprovação da minha parte.

Este por agora último acto de profunda falta de noção do que é aceitável por parte do Ministro põe termo à sua participação no Governo. As eleições estão perto, mas por ventura não é sustentável ao Primeiro-Ministro manter no seu Governo um Ministro tão vulnerável e sujeito a ataques e criticas da oposição como Manuel Pinho, até porque José Sócrates pretende renovar o seu mandato, algo que se afigura neste momento, bastante complicado. Assim a demissão de Manuel Pinho afigura-se como necessária, e de resto já ocorreu.

Referência ainda para a reprovação por parte de todos os partidos da A.R. e por parte do Governo.

No entanto, e já que refiro aqui o papel de um dos ministros deste Governo, extravaso a análise a alguns dos restantes. Se Manuel Pinho se apresenta com dificuldade perante o público, Mário Lino também tem dificuldades nesse ponto. Lembro declarações como a de que o aeroporto na “Margem Sul Jamais” seria construído. Estas palavras concretizaram-se numa total falta de coerência na medida em que acabou por se decidir que era mesmo na margem sul do Tejo que se irá construir o novo aeroporto. Depois aquela frase, num dia, de que o TGV ia avançar, e no dia seguinte, de que só avançaria na legislatura seguinte. A cereja no topo do bolo foi a entrevista concedida a um qualquer jornal da nossa praça em que afirmava que estava velho para o Governo.

Valha-nos alguém, que isto está mesmo mal se já nem os ministros reconhecem capacidade a si próprios para estar no Governo.

Quanto aos restantes ministros não houve tanta polémica mas há também reparos a fazer. A Ministra da Educação teve uma política difícil que suscitou as maiores revoltas, mas creio que alguma coisa havia que ser feita na Educação e foi. O Primeiro-Ministro veio há pouco reconhecer que o método de avaliação dos professores era demasiado burocrático mas não sei até que ponto teremos que interpretar estas declarações de acordo com o facto de estarmos num momento pré-eleitoral. Críticas há a fazer à Ministra na sua postura parlamentar que afigurou fraca (sem qualquer falta de respeito que neste blogue não entra). Fraca no sentido de falta de “mão pesada”, de contundência na defesa das suas políticas. Na Saúde discordo das medidas que estavam a ser tomadas pelo anterior Ministro mas com a nova Ministra viu-se uma alteração. O problema é que não há uma nova política estruturada para a saúde, uma nova dinâmica, vê-se pouco, muito pouco. Na Justiça é sobejamente conhecido o estado em que se encontra, isto apesar de discordar dos que entendem que está pior do que nunca. Do Ambiente, da Cultura, e de outras pastas ministeriais pouco se houve falar. Em suma este Governo tem muitas fragilidades e a ver vamos se o PS vencer as próximas eleições José Sócrates constituirá um executivo mais forte.