sexta-feira, 1 de maio de 2009

25 de Abril por João Francisco

Tendo estado ausente durante o que alguns dizem ser demasiado tempo, estou de volta para apresentar a minha visão do que foi o 25 de Abril.
Em primeiro lugar, não querendo tirar o mérito aos que fizeram a revolução, penso que não poderiam ter feito um pior trabalho no período pós-revolucionário. Para ilustrar esta opinião posso apresentar os seguintes dados macro económicos:
  • no período entre 1960 e 1973, os salários aumentaram apenas 6.7%,
  • entre 1974 e 1975, altura em que a produtividade decrescia vertiginosamente os salários aumentaram 9%,
  • entre 1960 e 1973 a economia estava perto do pleno emprego,
  • após 1974 a taxa de desemprego e a inflação aumentaram consideravelmente,

O resultado final de todos estes percalços foram dois acordos com o FMI para evitar que o país entrasse na banca rota.

Mas como a economia não é tudo, pode-se falar também da independência das colónias. Eu diria que agarrar nas tralhas e abandonar os países em questão é um processo no mínimo incoerente. Se fosse possível voltar atrás no tempo podiam fazer o seguinte. Juntavam os lideres das diversas facções presentes em cada país, jogavam pedra papel tesoura e o vencedor ficava no Governo. Talvez assim se tivessem evitados guerras civis.

Politicamente o chamado pós revolução também foi um tudo ou nada conturbado. Felizmente, evitou-se aquilo que parecia uma substituição de uma ditadura de extrema direita, por uma de extrema esquerda.

Analisando agora os heróis da revolução, o aclamado Capitão Salgueiro Maia só abandonou Santarém quando tinha a certeza de ter o caminho aberto até Lisboa.

Pode-se dizer que um herói não aclamado da revolução foi o então Primeiro Ministro Marcelo Caetano, que percebendo que o regime já estava na lona, evitou um banho de sangue e abandonou o poder pacificamente. Senão vejamos, ele estava cercado no Quartel do Carmo, posição estrategicamente superior, possuindo possíveis atiradores nas diversas janelas e armamento suficiente para abafar a oposição. Na rua o cerco era efectuado por tanques desarmados e soldados sem treino, com armamento semelhante ao dos cercados. Não é preciso ser um génio para perceber quem tinha vantagem na eventualidade de haver uma troca de tiros.

Para terminar, gostaria de apresentar o aparente aproveitamento que algumas pessoas ainda hoje fazem do 25 de Abril. Vejamos, o Coronel Otelo Saraiva de Carvalho, foi aquilo a que o comum mortal apelida de terrorista. O resultado das acções terroristas por ele comandadas foram 3 meses de prisão e duas candidaturas às eleições presidenciais. No presente mês após ser promovido a Coronel e receber uma indemnização de 49800€, veio para os meios de comunicação social dizer que tudo não passava de uma benesse politica e que estava a ponderar processar o Estado.

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