segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Uma de todas as manhãs

Pois bem, continuando uma conversa de café ocorrida há poucos dias, que maneira melhor de começar uma participação num blogue do que contar um exemplo de uma manhã minha..? Pois bem, tudo começa com a musica efusiva do meu despertador que me acorda de maneira chata, desagradavel, irritante...altura em que me pergunto como é possivel ja ser de manhã e mal digo a existencia deste mesmo despertador, a fase seguinte é a fase corajosa em que recuso a hipotese de voltar a dormir. Segue-se o ritual de comer o pequeno-almoço a ler a parte de trás da caixa dos cereais, acho que devia começar a pensar numa leitura matinal porque aqui entre nós ja li aquela caixa demasiadas vezes.
Dirijo-me para a paragem do autocarro, com sorte passo pela minha avó que me dispara um "vai com deus!!"..ao que eu penso, "antes sozinho que mal acompanhado.." mas a minha discussão sobre o além, D(d?)eus e todas essas criaturas mitológicas fica para outra ocasião. Continuando, chego à paragem e oiço o protestar constante de todos os membros da 3a idade por cada minuto que o transporte se atrasa. Lá chega, tenho o cuidado de não passar a vez de ninguém, não quero ouvir o protesto de toda aquela equipa de idosos... continuo a minha vida e vou me sentar numa cadeira ao que se segue um olhar ameaçador de uma qualquer personagem com ar de "gente rude do campo" que me olha pensando algo do genero "esse lugar era meu!"; como não tinha mp3 nem nada que me salvasse daqueles penosos 15 minutos fui a ouvir a musica ambiente..atrás dois ou mais rapazes falavam de ter ingerido não sei quantos membros do sexo oposto; à frente falava-se de doenças, morte, desgraças...enfim resolvi envolver-me em pensamentos e reflexões para mim próprio, pior não podia ser.
1ª parte do percurso concluida, vamos á etapa do comboio, tive sorte, o comboio apareceu mal eu cheguei à estação e destruiu a teoria que estava a construir que insistia que a CP era paga para fugir de mim. Entro no comboio, olho em volta...deparo-me com todos os lugares cheios e praticamente toda a gente de jornal aberto a ler ou pelo menos a fingir, se não fosse de cá pensava que isto era um país de pessoas cultas, mas não é assim, a verdade é que deparamo-nos com um problema caseiro, a fome do jornal grátis, e agora há tantos que a moldura até vai mudando. Há uns tempos no Cais do Sodré estavam a oferecer "Caldos Knorr" e o que havia em volta era um verdadeira batalha campal para ver quem tinha mais...enfim, já o meu pai dizia ( e diz, na brincadeira, espero) " de borla até o autocarro enganado apanho", portanto o problema não é recente. A ultima etapa une o Cais do Sodré ao Campo Santana, passa por zonas alternativas cheias de pessoas alternativas, ok esquisitas. Não eu não sou racista, não eu não acho mal a tudo mas Lisboa está suja, e eu so quero o meu mp3 de volta...

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