quinta-feira, 9 de abril de 2009

Um tema complicado, uma decisão...diferente.

A relação pai/mãe-filho é uma relação complicada, praticamente de dar de um lado e receber do outro, claro que com deveres de respeito de parte a parte. É chato mas acaba por ser um facto. Um pai dá muito mais a um filho que um filho a um pai. Porém, um filho tem que ser mais que um mero ser egoísta que nada deve (para além do respeito) a um pai. Numa prespectiva um pouco egoísta, pelo menos um filho tem que retribuir um pouco daquilo que os pais lhe deram, no fundo ser amigo de quem seu amigo é.
É uma situação complicada, a relação paterno-filial pós-maioridade e emancipação. Se por um lado os pais têm saudades dos filhos, por outro cabe aos filhos procurar uma vida melhor. Isto pode até parecer uma treta, uma balela pseudo-filosófica, e possivelmente até o é. Embora discorde.

Um caso deste problema transversal na sociedade é o desta notícia.

Ora bem, parece que pelas bandas da Áustria, que tem aparentado ser um poço de novidades, uma mãe foi condenada por assédio, por ter telefonado 49 vezes num dia ao filho. Esta decisão é extraordinária, pelo menos parece-me que em Portugal dificilmente poderia ser tomada. Ora, a mãe argumentou que só queria falar com o filho e ver o neto que já tinha 15 anos e do outro lado o filho no fundo disse que a mãe era uma chata. Resumindo e concluindo a querela, a mãe tem que pagar 360 euros e anunciou que vai deserdar o filho, algo que em Portugal não deveria ser possível pois aparentemente não preenche os requisitos para a mesma previstos no Código Civil.

Em suma, e olhando para esta notícia, a relação paterno-filial deve ser pautada por equilíbrio (relativo). Não pretendo com este texto afirmar-me como um exemplo máximo de filho perfeito mas pelo menos alertar as pessoas para um problema que só com equilíbrio poderá ser controlado. Obrigado.

2 comentários:

Jorge Wahnon disse...

Caro Sr. Doutor,
Mas no final de contas os filhos não pedem para nascer logo é óbvia obrigação dos pais tratar deles visto que o acto da concepção de um novo ser humano não é nunca mais do que o acto egoísta, não é?
Aquele abraço,
do exilado,
Melekh Salem

Bruno Antunes disse...

Caro Melekh Salem,

poderá partir de um acto egoísta mas isso poderá levar a outras discussões como por exemplo a questão de se saber se todos os actos são ou não egoístas. O que lhe parece?