sábado, 19 de janeiro de 2008

Alcochete

Vamos ter (não se sabe é quando) aeroporto em Alcochete, o novo aeroporto da "Grande Lisboa". Depois de guerras de palavras e de todos (literalmente) terem dado a sua opinião, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil concluiu que o melhor sitio será Alcochete.
Queria só deixar uma explicação em defesa do nosso ex-militante do PCP e agora Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações que parece estar sempre debaixo de fogo. O povo português é um povo pouco culto e sem aptidão para as linguas. Foi sugerido que o nosso ministro rejeitou a opção Alcochete seguindo incansavelmente a Ota dizendo "Alcochete jamais". Parem de ofender o homem por favor, ele é engenheiro, é culto! O que o homem disse foi "Alcochete J'aime!" ele sempre quis Alcochete! Só que pronto, hoje em dia é tudo contra o governo...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

E o Norte contra ataca:

Boa tarde a todos e saúde para os que lêem este blogue, e também para aqueles que não lêem, uma vez que todos temos direito a isso. Não, não venho aqui falar do encerramento de urgências (se é que o/a leitor/a se perguntou se era isso que aqui o “je” ia fazer) até porque o título assim não indica e não sei porque e que haveria de o fazer... (talvez por ter invocado o substantivo saúde). Bem, não me apraz neste momento referir essa polémica, de todo.
O que venho para aqui fazer é falar do costume. Não do costume, fonte de Direito que tanto prezamos, mas antes o costume, aquilo de que falo tantas vezes e já abordei neste blogue. O salientar do Porto relativamente às demais cidades.
Ora, esse movimento está aí em força, deveras, e não existem indícios de que vá parar tão cedo. Venho lembrar factos que entretanto ocorreram ou que por lapso não referi no “Norte e Sul: Falsa Questão?”
Se não vejamos. O F.C.P. continua a vencer e todos sabemos a identificação que existe entre este clube e a cidade do Porto, evidenciando-se assim o “nortismo” alarmante. O Boavista começa a vencer.
A sede da Liga é no Porto.
No outro dia via televisão e verifiquei que a temática de um dos programas já referidos no blogue “Portugal no Coração” incidia bastante no Porto. Chamaram um ilustre portuense e portista, falaram com outro ilustre portuense mas desta vez boavisteiro e perguntaram ao pessoal da cidade o que achavam dela. Devo dizer que fiquei espantado com a resposta… mas já voltarei à mesma.
Primeiro o ilustre portista, defendeu a cidade com “unhas e dentes” lembrando que depois do tiroteio na noite do Porto foi enviado um inspector de Lisboa para averiguar o caso. Isto causou um evidente alvoroço no que a este convidado diz respeito. Recusa-se a aceitar um enviado de Lisboa mas não refere o que se passou na escolha do Aeroporto da capital. Talvez não se lembrem, mas se houve entidade que intervinha constantemente quando se falava na localização do Aeroporto era a Associação Comercial da cidade portuense. Associação essa que ficou agradada com a decisão Alcochete por ficar mais longe do Porto e por talvez não afastar as pessoas do mesmo, ao contrário do que se passaria se o Aeroporto fosse mais a Norte. Não sei bem se foi esta a razão mas pareceu-me que esta associação foi muito “participativa”. Serão ambos os acontecimentos (envio do inspector lisboeta e participação da associação) criticáveis? Talvez não. O que se quer é o bem do país. Mas se se critica uma, o que dizer da outra…
Já o segundo ilustre referido pôs-se lá a falar de ser boavisteiro e por aí, não saindo muito desse tema.
No que diz respeito aos transeuntes portuenses aos quais foi colocada a questão “O que acha da cidade do Porto?” a reposta foi como já referi, surpreendente. “É a máior”. Bem, talvez não tenha sido assim tão surpreendente, aliás, fiz algum uso da ironia, espero que me perdoem. Alguns dos questionados puseram-se logo a fazer comparações com Lisboa como se esta tivesse sido “chamada ao barulho”.
Posto isto lembro aqui uma questão que já coloquei a muita gente mas que ninguém me conseguiu explicar muito bem. Porque é que chamam à cidade do Porto “cidade invicta”? Primeiro não é invocável o argumento de que a cidade nunca foi invadida, pois isso já aconteceu, com as invasões francesas. Também não é invocável o argumento de que está escrito no brasão da cidade até porque ninguém chama (pelo menos das pessoas que conheço) “Muito Nobre e Sempre Leal” à cidade de Lisboa, sendo que é isto que está no brasão. O que leva a outra questão. O brasão de Lisboa tem escrito “Muy nobre e sempre leal cidade de Lisboa”e o do Porto, para não ficar atrás tem “Antiga, muy Nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto”. Aliás, estas são as únicas cidades que tem uma espécie de descrição da mesma no brasão, procurei e não encontrei mais nenhuma em Portugal. Talvez mais um divisionismo.
Bem, só espero que isto melhore para bem de todos.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

24 horas e a Maddie

Caríssimos leitores estou de volta após prolongada ausência devido aquilo a que nos mundo universitários se denomina de exames e frequências. É com muito prazer que me dirijo a vós que vos interessais nas minhas publicações para falar sobre algo de extraordinariamente ridículo que vi hoje, enquanto caminhava para o autocarro após um dos alguns exames que tenho a infelicidade de ser obrigado a fazer.
Estava eu na estação do metropolitano do Campo Grande, quando parei para ver os cabeçalhos dos jornais do dia, quando vi o absurdo na capa do inigualável 24 horas:
"A NOVA CARA DE MADDIE 8 MESES DEPOIS" "Antigo agente do FBI cria retrato-robô da menina inglesa".
Na minha modesta opinião isto é estúpido! Será que as pessoas sabem que uma criança não muda dramaticamente o seu aspecto em oito meses? O que é que lhe aconteceu? Deixou crescer a barba e o cabelo, engordou uns quilos, ganhou umas rugas e cresceu um metro, passando a ser perfeitamente irreconhecível?! Ou será que é a mesma pessoa mas com a possibilidade de ter um corte de cabelo diferente e uma alteração no peso? Se calhar fez umas cirurgias plásticas...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

O que se passa com o Benfica.

Através deste texto pretendo uma análise ao momento que o Benfica atravessa, o que se passou antes e o que poderá suceder mais tarde (sem fazer futurologia).
Actualmente o Benfica está no segundo lugar no Campeonato, a 9 pontos do primeiro que é o F.C.Porto, que de início me pareceu estar a beneficiar de alguns erros de arbitragem mas que actualmente tem jogado o suficiente para vencer nem que seja por “deslizes” dos jogadores das equipas com as quais joga e aproveitando as chamadas “escorregadelas” dos grandes de Lisboa. O Benfica perde muitos pontos e se continuar assim, será difícil aspirar à luta pelo título.
Para além disto, o clube da Luz está fora da Taça da Liga da qual foi eliminado por culpa própria pois não alinhou com a equipa principal (por razões de poupança de esforços ou não, não vou aqui explorar) e por outras razões que não foram muito exploradas pela comunicação social, como o facto de na primeira-mão no jogo contra o V. de Setúbal, o Benfica ter sido prejudicado em algumas decisões do árbitro. Foi eliminado da Liga dos Campeões, onde podia ter ido mais além, apesar de o grupo ser algo complicado. Está na Taça UEFA onde se espera que vá longe embora já no ano passado assim tenha sido e acabou por perder estranhamente com o Espanhol. Está também na Taça de Portugal onde é sempre um candidato à vitória final com as devidas reservas, basta lembrar a final de 2004/2005 com o já referido V. Setúbal, na qual o Benfica pareceu apresentar-se com o jogo na mão e até esteve a ganhar mas “deu o ouro” ao bandido. Ainda uma palavra para o desentendimento dos jogadores do Benfica que não se agrediram por muito pouco. Foi um acontecimento deplorável ao qual o Benfica teve de dar resposta. Se não agisse o Benfica corria o risco de perder o jogo por falta de entendimento entre os jogadores e também perdia “a mão” nos seus activos por clara falta de disciplina. Sem especular muito acerca da decisão do treinador do Benfica, ficou uma dúvida levantada por alguém na comunicação social e que aqui refiro: Para aqueles que acham que a decisão foi correcta, se as substituições estivessem esgotadas, devia ou não o treinador retirar os dois jogadores? Talvez sim, talvez não.
Posto isto, é verificável que o momento do Benfica não é o melhor de sempre, está longe disso.
Cabe agora fazer um levantamento de situações que revelam, que o Benfica está há vários anos em muito má forma desportiva e possíveis razões que levaram a isso. Para isso é importante referir os anos 90 que a meu entender foram o início do descalabro.
Os anos 90 foram uma era de desgraça para o Benfica em toda a linha, principalmente a partir de 1994. Ora vejamos nas várias modalidades (pelo menos nas principais).
No Andebol, o Benfica terminou há uns anos com esta modalidade mas depois voltou a integrar-se na Liga. Terá sido uma decisão por motivos económicos, suponho. De qualquer modo o Benfica não vence o Campeonato Nacional de Andebol desde 1989/1990, isto é há quase 20 anos que o Benfica não vence o principal desafio nacional em andebol, só vencendo posteriormente uma Taça da Liga e uma Supertaça, sendo que a Taça de Portugal não é ganha desde 1987. Porém, o Andebol nunca foi uma modalidade de fulgor benfiquista a julgar pelo nº de títulos vencidos neste desporto, foram apenas 12 até ao ano passado quando venceu a Taça da Liga contando com apenas 6 campeonatos.
Passando ao Basquetebol, vemos que o Benfica foi até 1995 o melhor clube nesta modalidade ganhando 7 campeonatos seguidos desde 1989 até 1995, contando ainda com mais 3 vitórias consecutivas na mesma competição entre 1985 e 1987 e outros 10 êxitos. Tem no total 57 títulos mas nos últimos 10 anos só venceu uma competição (em 2006/2007), o Torneio dos Campeões.
Olhando agora para o Voleibol, este parece ser o desporto no qual o Benfica parece estar um pouco a “ressuscitar das cinzas” pois venceu o campeonato de 2004/2005 com um percurso imaculado na fase regular e ganhou ainda 3 taças de Portugal de 2005 a 2007. Porém tem poucos títulos nesta modalidade, apenas 16 (isto tendo em conta a grandiosidade da instituição S.L.Benfica).
Já o Hóquei tem sido um disparate, já não vence o campeonato desde 1998 (contando já com 20 campeonatos) e tem entregue constantemente o mesmo ao F.C.Porto que salvo o erro venceu nas últimas 6 épocas. O último título vencido pelo Benfica foi a Supertaça, em 2002. O Benfica conta com perto de 40 títulos neste desporto maioria dos quais nos anos 50, 60 e 70.
No Futsal, o Benfica vai alternando com o Sporting as vitórias no campeonato e na Taça, porém este desporto só é praticado pelo Benfica há pouco tempo e não serve ainda de exemplo.
Já no Futebol é o que se tem visto, nos últimos 14 anos o Benfica venceu apenas 1 Campeonato, 2 Taças e 1 Supertaça. Num clube com tanta história e tantos adeptos não faz sentido estar nesta situação deplorável. Importante será lembrar que o Benfica tem 31 campeonatos, 24 Taças, 4 Supertaças e 2 Taças dos Clubes Campeões Europeus, entre outros troféus.
Ora este desastre, deve-se em meu entender (sem ferir o bom nome de qualquer pessoa) talvez às políticas levadas a cabo nos anos 90, quer economicamente falando quer no que à contratação de jogadores diz respeito. Isto para não referir o duvidoso critério de arbitragem que poderá ter influenciado muitos campeonatos em favor deste ou daquele clube. Porém quanto a esta última explicação para os desastres do Benfica não há grande coisa a fazer, só esperar que a justiça se aplique, o que eu acredito que acontecerá. Já as outras razões que referi, como as politicas económicas que levaram o Benfica a um buraco financeiro jamais visto e a contratação de jogadores “por dá cá aquela palha” eram possíveis evitar e tiveram graves consequências para o futebol do Benfica e também em certa medida no restante panorama desportivo (nos outros desportos).
Resta saber o que fazer para mudar este panorama. Talvez melhorar a comunicação interna entre direcção, equipa técnica e os jogadores, arranjar gestores e ter cuidado nas contratações que se revelam por vezes dispendiosas e sem grandes rendimentos para o clube.
Posto isto o Benfica tem que alterar a sua forma de estar no futebol e restantes modalidades para evitar que se diga como muitas vezes ouvi e ainda oiço “Para o Ano é que é!”. Tem que lutar este Benfica, o clube com mais sócios no Mundo e com muitos adeptos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Selvas de Prédios:

Não tenho por bandeira o ambientalismo fundamentalista (se é que isso existe) mas defendo a preservação do ambiente e uma conduta adequada por parte das pessoas no que a este diz respeito.
Ora, partindo desta introdução escrevo sobre as “selvas de prédios” que são na actualidade uma realidade constante neste país. Tomemos por exemplo Sintra, não a vila de Sintra conhecida pelas bonitas paisagens, pelos travesseiros e pelo microclima. Falo da outra Sintra, a Sintra Cacém, Mem-Martins, Monte Abraão. E posso ainda referir localidades como Amadora, Alenquer e outras deste tipo.
O que vemos nestas paragens? Prédios e mais prédios. Uma selvajaria de prédios sem razão plausível para aceitar a sua utilidade. Dir-me-ão alguns “Onde é que querias que as pessoas morassem?” ou “Tem que se construir em algum lado”. Pois bem, construam mas construam bem, para bem do direito a um ambiente saudável, direito previsto na Constituição (artigos 65º e 66º) e que não deve ser violado.
É certo que as pessoas precisam de casas para morar, sem estas, as pessoas viveriam na rua. Contudo, vejamos quantas habitações existem em Portugal. 5,5 milhões de fogos de habitação para apenas 3,6 milhões de famílias. O que resulta em 1 casa e meia por família em Portugal (fonte JN, jornal que apesar de já criticado aqui no blogue não deixa de prestar boas informações como lhe compete).
Tudo isto leva à pergunta: Para quê tanta casa? Para alimentar o lobby da construção civil (mais um neste país). A const. civil tem grande poder em Portugal, principalmente junto das Autarquias Locais que deixam esses patrões da construção inaugurar vários complexos urbanísticos de forma desmesurada, excessiva, desmedida e mal localizada.
Seria de aplaudir a diminuição do crescimento de fogos habitacionais (atenção não falo de uma redução de prédios mas de um crescimento que diminuiu), porém esta não aconteceu por vontade dos que detêm o poder mas por força das circunstâncias, como refere Alexandra Figueira no seu artigo no JN “O reconhecido excesso de habitação em Portugal, somado à subida dos juros desde 2005 e à estagnação da economia tem, de facto, levado a alguma moderação na construção de casas”.
Posto isto, sou levado a crer que não existiu esforço de moderação nem por aqueles que podem impedir a construção nem por aqueles que constroem, existiram antes motivos económicos que levaram a menor crescimento habitacional.
Contudo este decréscimo é insuficiente, se não reparem nestas imagens.




Cacém.

Alenquer.


P.S.: Não pretendo insinuar que todos os autarcas deste país são cúmplices do lobby da cont. civil, nem o mesmo relativamente aos autarcas das localidades que referi, este caos urbanístico não é responsabilidade deste ou daquele autarca mas é um erro histórico sem dúvida. Espero que melhore.