quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Assuntos importantes

Caríssimos leitores desde imponente espaço cibernético, como nenhum dos meus compinchas parece estar com vontade de escrever, têm de se contentar comigo e duas profundas divagações que me surgiram enquanto fazia coisas.
A primeira surgiu enquanto via diversos filmes e séries, onde invariavelmente existe sempre um personagem que fala da economia como se esta fosse um bicho mau que anda atrás dele para lhe fazer mal. Imaginem a situação recorrente, em que um personagem diz para outro: "Eu até queria comprar um caso ou uma casa, mas nesta economia não dá". Perdoem-me a expressão mas isto é estúpido! porque é que nesta economia não dá? O personagem é economista e fez algum estudo que apresente conclusões que lhe permitam fazer essa afirmação. Tanto quanto eu sei, a economia não fez desaparecer casas, logo não é por aí que as pessoas deixam de as poder comprar. As taxas de juro têm vindo a decrescer, pelo que se poderá dizer que esta até será uma altura favorável para a aquisição de uma casa ou de um carro. A pessoa desloca-se ao banco faz um empréstimo a taxa fixa e pode conseguir um bom negócio, que numa situação económica "boa" não conseguiria, em virtude das taxas de juro mais elevadas que devem existir nessa altura. A não ser que a personagem que diz a frase irritante seja um trabalhador fabril de uma empresa, como a GM e afins, que infelizmente devido à fase menos favorável do ciclo económico tenha sido despedido, não terá razões para dizer tal coisa. Até porque a economia não terá, de certeza absoluta, reduzido o seu salário nominal. Na pior das hipóteses poderá ter reduzido o seu salário real.

A segunda divagação que aqui me trás, veio ter comigo enquanto passava pela porte de uma agência funerária. Normalmente os produtores e os traficantes de armas são apelidados de mercadores da morte, porque produzem e vendem armas que vão causar morte e sofrimento a outros. Se analisarmos bem a questão os produtores e os traficantes não ganham nada com a morte das pessoas. Quando alguém morre eles perdem um potencial cliente, pelo que a morte em nada os ajuda. Os ditos produtores e traficantes limitam-se a produzir e vender um produto, aquilo que os seus clientes fazem com o produto é problema do cliente e das suas vitimas e não do produtor ou do vendedor.
Agora se olharmos para os agentes funerários podemos claramente constatar que estes não só ganham com a morte de terceiros, como também dependem desta para a sua subsistência, são estes senhores que quando alguém morre fazem um sorriso de orelha a orelha e esfregam as mão de contentes que estão com mais uns euros que podem tirar a uns pobres coitados que acabaram de perder alguém.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá João,permita-me que o trate assim, mas receio que possa já não estar actualizado, uma vez que o preço das casas tem vindo a aumentar e os empréstimos têm sido dificultados.
Temas estes, que já foram divulgados pela imprensa, em telejornais e televisão.
Concordo consigo, quando pretende afirmar que a economia não é a culpada de tudo. É certo que o país e o mundo mudaram e que o tempo das “vacas gordas”, permitam-me a expressão, desapareceu… Contudo as pessoas não souberam acompanhar esta mudança, culpabilizando a economia.
Na minha opinião penso que o facto da palavra crise/economia se encontrar na ordem do dia, se deve ao facto das pessoas quererem manter um nível de vida, que já não possuem, não fazendo por abdicar de nada.
Conheço pessoas que foram atingidas por este “bicho papão” e que não abdicam do tabaco, da eurosport, das idas ao restaurante, nem de irem ao futebol, enfim…

Quanto à segunda divagação, não concordo com a seguinte afirmação “Se analisarmos bem a questão os produtores e os traficantes não ganham nada com a morte das pessoas”. Pois acontece que muitas destas pessoas, ganham potenciais clientes ao originarem a morte de uma pessoa, uma vez, que poderão ser pagos para os fazer, o que acontece muitas das vezes. E assim, num “passa-a-palavra” eles não só vendem/traficam armas, como matam – 2 negocios.
Já tinha pensado nisso? Eles não tem nada a perder, uma vez que ao traficarem armas, já se encontram inseridos no “jogo ilícito”…

A sua visão das funerárias é muito materialista. Não discordo com a sua opinião, contudo penso que seja uma profissão como as outras, em que ao fim do mês existirá um salário para pagar e que alguém terá de fazer o serviço. Acrescento ainda, que esta área tem evoluído e crescido, não porque, existam mais mortes, mas sim, porque existe mais formação e respeito por quem parte… Pense nisso e reflita!!!