sexta-feira, 27 de março de 2009

Viva a Democracia!...

(Imagem tirada daqui)



Venho por este meio, como democrata, exprimir o meu descontentamento relativamente à forma como o PE tem lidado com Le Pen.

Estou convicto que as únicas vantagens (menos panfletárias) de um regime democrático face aos outros são a coerência e a tolerância! E agora pergunto-vos: como pode um regime que advoga a tolerância calar aqueles que contra ele falam? Como pode um regime que se diz livre impor verdades históricas a quem as nega?
Longe de mim defender o Le Pen, longe de mim partilhar das suas ideias, longe de mim negar o holocausto. Mas da mesma forma que escolho não o negar, ele tem o direito de o negar. A Democracia valia por ser o único regime que conheço que admitia o seu fim. Que aceitava acabar licita e pacificamente. Esse constante risco era o que lhe dava a força ética que detinha.
Como pode um parlamento que aspira ser o maior símbolo da Democracia de um continente (bem sei que está longe de o ser, tenho mesmo dúvidas em relação à sua democraticidade) impedir um deputado legitimamente eleito de fazer uso da palavra?
Considero lamentável a táctica utilizada há dias de fazer barulho de forma a que o que o Le Pen dissesse não fosse audível, é coisa de meninos da 4ª classe!
Lamento ainda mais que se alterem regras para o impedir de falar! Enquanto Ducano mereceu esse direito, por muito que nos custe, é assim!(ou era) É triste alternar-se uma das mais básicas regras de um Estado de Direito Democrático (bem sem que a UE não é um Estado): adoptar-se uma lei para um caso específico.
É sintomático, ditos democratas não sabem lidar com aqueles se lhes oponham: não os toleram, pouco contra-argumentam e cingem-se aos mais básicos insultos em contestação infantil. Será isto Democrático?
Será que não percebem que assim só fortalecem e alargam as suas bases? Mais! Como diria o Samuel de Paiva Pires (do Estado Sentido), estão a torná-lo um mártir e engrandecem a sua causa!