quinta-feira, 12 de março de 2009

Porquê Cabo Verde? (Para lá da necessidade de vender Magalhães)


Há muito que Cabo Verde tem diversificado os seus parceiros desde a cooperação à economia - é sabido. Tanto assim, que Portugal já foi em tempos o maior "doador" internacional, o maior investidor, o maior amigo, maior que todos os outros juntos. Confesso que, neste momento, não sei qual o lugar em que se encontrará no ranking das amizades das ilhas. Contudo, as crescentes relações com a China, com o Brasil e as já antigas, embora importantes , cooperações com o Luxemburgo, a Suécia, os E.U.A., entre muitos outros, põem em causa essa suposta verdade de La Palice que seria pensar Portugal como o melhor amigo.
Não será por isso por acaso que Sócrates levou aquele séquito de 120 personagens. Portugal tem todo o interesse em manter a cooperação e os investimentos em Cabo Verde, ver o arquipélago crescer na sua pretensa esfera de influência tem sido um importante vector da recente política externa portuguesa. Procurando o país diversificar as suas relações e ter uma vida extra-europeia. A posição das ilhas revela-se estratégica, um vértice de um triângulo Atlântico ligando ocidente e o oriente lusófonos. Ideal para uma aproximação desses com Portugal e a construção de um atlântico lusófono que incluiria Portugal. Sendo que Portugal e Cabo Verde, por sua vez, seriam a ponte entre esse atlântico e o do norte e com a UE. Com uma grande vantagem, para os portugueses, de não serem mal interpretados, isto é, não serem percepcionados como neo-colonialistas ou agindo simplesmente de má fé e com ganância mesquinha.
Claro está, o estreitar das relações com o país da morabeza não chega por si só. Mas sem ele torna-se muito difícil. E quem sabe, se Portugal não se aplicar, se Cabo Verde não encontra outro parceiro (Espanha?) que o apoie melhor na sua entrada na NATO e na sua parceria com a UE?

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