Leitores, amigos, conhecidos e restantes, devo aqui pronunciar-me sobre Coisas do Caraças. Como saberão, o mundo das coisas do caraças é vasto, dinâmico e impossível de resumir neste pequeno artigo. Contudo, fugindo à tentação de fazer Um Tratado do Caraças, tentarei apenas fazer a súmula desta área do saber. Importa referir que há diversos ramos nos estudos das coisas do caraças, como exemplo temos coisas do caraças: engraçadas, surpreendentes, divertidas, interessantes, inteligentes, parvas e aquelas de autistas.
É exactamente sobre as últimas que me irei pronunciar, precisamente sobre uma subcategoria da mesma: o autismo político-social. Para tal, apenas como exercício teórico, pequena sistematização de conceitos operacionais e analíticos, utilizaremos como "caso de estudo"1 a Líder do maior partido da oposição português.
A Senhora, que tanto protagonismo ganhou por ter vindo salvar o partido num momento de crise, através de um longo silêncio, comprovou já por diversas vezes o porquê da vantagem de tal estratégia. Bem sabe o leitor que não costumo utilizar este espaço para me pronunciar sobre a política doméstica dum país que ainda não sei se posso considerar meu. Contudo, face às últimas declarações da Líder, vejo-me obrigado a tecer algumas considerações, mesmo não sendo o meu lugar.
Ora bem, o partido em causa, como maior opositor ao governo tem acusado por diversas vezes o actual chefe de governo de sofrer de sintomas autísticos, sejam eles de autismo autoritário, sejam de outro tipo. Por vezes, a meu ver, com alguma legitimidade. Outras apenas para abastecer, e bem, o folclore político de que vivemos. Contudo, parece que estes senhores são os últimos a olhar para o próprio rabo (sim, usei a palavra R, sei que é chocante, mas a minha mãe sempre se referiu assim àqueles que perdem o seu tempo a apontar os defeitos de terceiros sem se aperceberem que têm exactamente os mesmos).
Dizia, que maior prova de autismo político-social existe do que o exemplo concreto de um líder político que ganha protagonismo por não falar e que quando fala nos brinda com intervenções infelizes? (sim, estou a passar, sem as referir, por cima daquelas intervenções felizes, ignoro-as porque não vêm ao acaso e complicariam o exercício teórico).
Vejamos concretamente, e independentemente da necessidade/ oportunidade da construção de um comboio de alta velocidade, a Senhora esteve muito mal. Eu não sou economista, nem sociólogo, nem psicólogo, nem politólogo nem técnico em absolutamente coisa nenhuma(como sabem fiquei-me pela segunda classe do tempo do Sr António). Afinal de contas, todos sabemos que uma obra gera emprego, e uma obra de grandes dimensões ainda mais. Sabemos também que o desemprego é medido em função da população e não do povo. Sabemos também que investir riqueza num dado território, independentemente de quem a recebe, gera emprego, num belo ciclo vicioso do capitalismo. Ciclo este que pode ser visto como gerador de riqueza que está para a riqueza como o sol está para a produção de energia.
Pelo que, sabemos que uma obra de grandes dimensões num dado território, mesmo tendo como investidor alguém estrangeiro, mesmo tendo como receptor/colector outro estrangeiro, algures no processo cria-se sempre riqueza e emprego dentro desse território. Temos como exemplo, Bruxelas e as instalações das comunidades europeias.
Agora, é a parte em que os senhores leitores dirão "Então, se todos sabemos a senhora é tola!" esperando que eu diga isso na próxima frase. Pois... não vou! Ela apenas se esqueceu da palavra “também”. Passo a explicar, todos sabemos que obras públicas criam empregos cansativos. Por emprego cansativos, entendemos todos aqueles que impliquem um esforço que o povo de um dado território apenas está preparado a realizar caso esteja fora desse mesmo território.
Ora empregos cansativos, são normalmente desempenhados por aqueles da população que não pertencem ao povo. Como tal, os senhores que vão trabalhar para o tgv, vão, como qualquer imigrante, enviar parte do seu rendimento para a terra natal. E por causa daquele ciclo vicioso manhoso, essa vai diminuir o desemprego lá.
A Senhora, quis dizer que o tgv não iria apenas criar emprego em Portugal mas TAMBÉM em Cabo Verde e na Ucrânia. E que ainda assim, por causa da crise, não seria o momento oportuno para a realização da mesma.
Eis o exemplo clássico de autismo politico-social. O exemplar quando está calado, todos nos apercebemos da sua inteligência superior, própria dos autistas. Quando fala parece, ao comum dos mortais, burro porque se exprimiu mal, dificuldade típica dos autistas.
Futuramente, escreveremos um artigo sobre coisas do caraças inteligentes.
Até mais,
Sempre vosso,
1Do inglês, Case Study, que soa muito melhor do que em português
É exactamente sobre as últimas que me irei pronunciar, precisamente sobre uma subcategoria da mesma: o autismo político-social. Para tal, apenas como exercício teórico, pequena sistematização de conceitos operacionais e analíticos, utilizaremos como "caso de estudo"1 a Líder do maior partido da oposição português.
A Senhora, que tanto protagonismo ganhou por ter vindo salvar o partido num momento de crise, através de um longo silêncio, comprovou já por diversas vezes o porquê da vantagem de tal estratégia. Bem sabe o leitor que não costumo utilizar este espaço para me pronunciar sobre a política doméstica dum país que ainda não sei se posso considerar meu. Contudo, face às últimas declarações da Líder, vejo-me obrigado a tecer algumas considerações, mesmo não sendo o meu lugar.
Ora bem, o partido em causa, como maior opositor ao governo tem acusado por diversas vezes o actual chefe de governo de sofrer de sintomas autísticos, sejam eles de autismo autoritário, sejam de outro tipo. Por vezes, a meu ver, com alguma legitimidade. Outras apenas para abastecer, e bem, o folclore político de que vivemos. Contudo, parece que estes senhores são os últimos a olhar para o próprio rabo (sim, usei a palavra R, sei que é chocante, mas a minha mãe sempre se referiu assim àqueles que perdem o seu tempo a apontar os defeitos de terceiros sem se aperceberem que têm exactamente os mesmos).
Dizia, que maior prova de autismo político-social existe do que o exemplo concreto de um líder político que ganha protagonismo por não falar e que quando fala nos brinda com intervenções infelizes? (sim, estou a passar, sem as referir, por cima daquelas intervenções felizes, ignoro-as porque não vêm ao acaso e complicariam o exercício teórico).
Vejamos concretamente, e independentemente da necessidade/ oportunidade da construção de um comboio de alta velocidade, a Senhora esteve muito mal. Eu não sou economista, nem sociólogo, nem psicólogo, nem politólogo nem técnico em absolutamente coisa nenhuma(como sabem fiquei-me pela segunda classe do tempo do Sr António). Afinal de contas, todos sabemos que uma obra gera emprego, e uma obra de grandes dimensões ainda mais. Sabemos também que o desemprego é medido em função da população e não do povo. Sabemos também que investir riqueza num dado território, independentemente de quem a recebe, gera emprego, num belo ciclo vicioso do capitalismo. Ciclo este que pode ser visto como gerador de riqueza que está para a riqueza como o sol está para a produção de energia.
Pelo que, sabemos que uma obra de grandes dimensões num dado território, mesmo tendo como investidor alguém estrangeiro, mesmo tendo como receptor/colector outro estrangeiro, algures no processo cria-se sempre riqueza e emprego dentro desse território. Temos como exemplo, Bruxelas e as instalações das comunidades europeias.
Agora, é a parte em que os senhores leitores dirão "Então, se todos sabemos a senhora é tola!" esperando que eu diga isso na próxima frase. Pois... não vou! Ela apenas se esqueceu da palavra “também”. Passo a explicar, todos sabemos que obras públicas criam empregos cansativos. Por emprego cansativos, entendemos todos aqueles que impliquem um esforço que o povo de um dado território apenas está preparado a realizar caso esteja fora desse mesmo território.
Ora empregos cansativos, são normalmente desempenhados por aqueles da população que não pertencem ao povo. Como tal, os senhores que vão trabalhar para o tgv, vão, como qualquer imigrante, enviar parte do seu rendimento para a terra natal. E por causa daquele ciclo vicioso manhoso, essa vai diminuir o desemprego lá.
A Senhora, quis dizer que o tgv não iria apenas criar emprego em Portugal mas TAMBÉM em Cabo Verde e na Ucrânia. E que ainda assim, por causa da crise, não seria o momento oportuno para a realização da mesma.
Eis o exemplo clássico de autismo politico-social. O exemplar quando está calado, todos nos apercebemos da sua inteligência superior, própria dos autistas. Quando fala parece, ao comum dos mortais, burro porque se exprimiu mal, dificuldade típica dos autistas.
Futuramente, escreveremos um artigo sobre coisas do caraças inteligentes.
Até mais,
Sempre vosso,
1Do inglês, Case Study, que soa muito melhor do que em português
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