Quem nunca ouviu falar da história do “Patinho Feio”, do “Soldadinho de chumbo”, d’ “O Rei vai nu” ou da “Princesa e a Ervilha”? Foi Hans Christian Andersen quem escreveu estes contos infantis e inspirou muitos outros que se seguiram. Foi um dos primeiros escritores a pensar e criar literatura, especialmente, dirigida a jovens e crianças, mas não só - já Fernando Pessoa dizia “Nenhum livro para crianças deve ser escrito para crianças”.
Para encontrarmos um género literário semelhante teríamos, provavelmente, de recuar ao tempo em que os animais falavam (ou tomavam papéis principais), com as fábulas de La Fontaine e, muito antes, com as fábulas de Esopo.
A forma, mais até que o conteúdo, de ambos os géneros são bem distintos. Porém, existem grandes semelhanças. Centramo-nos no principal: a simplicidade da história e da estética (principalmente semântica).
Estas características, como não poderia deixar de ser, fazem sentido: eram histórias contadas às crianças na escola, em casa, eram histórias de embalar. Eram contos que estavam presentes na consciência de todos, que formavam. Porque a formação começa desde o dia em que deixamos a placenta para trás, estas histórias tinham um grande relevo na educação dos mais novos.
A comparação que pretendo fazer é do tempo em que estas histórias eram lidas e ouvidas, para os tempos de agora em que estas histórias parecem esquecidas, aborrecidas e pouco estimulantes aos jovens.
Nas histórias infantis da actualidade reina a violência e o desequilíbrio. E isso tem implicações nas brincadeiras do dia-a-dia das crianças. Em vez de jogarem às escondidas e à apanhada, todas as brincadeiras que lhes vejo acabam, invariavelmente, em cenas de pancadaria.
O problema é complexo demais para o expor sem ser superficialmente. A verdade é que cada vez mais se diz que a educação e a cultura devem ser os motores de desenvolvimento de um país e cada vez mais se constata que a educação é fraca, elitista e estatística. Acrescento um adjectivo: a educação é desumanizada.
Não se estimula o raciocínio, a compreensão, a inter-acção humana. Os personagens das histórias, heróis e modelos das crianças, levam-nas a uma não evolução.
Isto tem consequências em toda a formação humana – note-se que nos referimos, aqui, somente à formação humana –, primeiro da criança, depois do jovem e adulto. Num suposto momento de auge civilizacional regredimos numa educação que nos forma para um Estado Natureza no qual terminamos todos, invariavelmente, mortos.
Por tudo isto, parece-me que deveríamos recuperar a matriz dos contos de Andersen para a formação juvenil. As bases sólidas da educação são os alicerces do Homem.
Para encontrarmos um género literário semelhante teríamos, provavelmente, de recuar ao tempo em que os animais falavam (ou tomavam papéis principais), com as fábulas de La Fontaine e, muito antes, com as fábulas de Esopo.
A forma, mais até que o conteúdo, de ambos os géneros são bem distintos. Porém, existem grandes semelhanças. Centramo-nos no principal: a simplicidade da história e da estética (principalmente semântica).
Estas características, como não poderia deixar de ser, fazem sentido: eram histórias contadas às crianças na escola, em casa, eram histórias de embalar. Eram contos que estavam presentes na consciência de todos, que formavam. Porque a formação começa desde o dia em que deixamos a placenta para trás, estas histórias tinham um grande relevo na educação dos mais novos.
A comparação que pretendo fazer é do tempo em que estas histórias eram lidas e ouvidas, para os tempos de agora em que estas histórias parecem esquecidas, aborrecidas e pouco estimulantes aos jovens.
Nas histórias infantis da actualidade reina a violência e o desequilíbrio. E isso tem implicações nas brincadeiras do dia-a-dia das crianças. Em vez de jogarem às escondidas e à apanhada, todas as brincadeiras que lhes vejo acabam, invariavelmente, em cenas de pancadaria.
O problema é complexo demais para o expor sem ser superficialmente. A verdade é que cada vez mais se diz que a educação e a cultura devem ser os motores de desenvolvimento de um país e cada vez mais se constata que a educação é fraca, elitista e estatística. Acrescento um adjectivo: a educação é desumanizada.
Não se estimula o raciocínio, a compreensão, a inter-acção humana. Os personagens das histórias, heróis e modelos das crianças, levam-nas a uma não evolução.
Isto tem consequências em toda a formação humana – note-se que nos referimos, aqui, somente à formação humana –, primeiro da criança, depois do jovem e adulto. Num suposto momento de auge civilizacional regredimos numa educação que nos forma para um Estado Natureza no qual terminamos todos, invariavelmente, mortos.
Por tudo isto, parece-me que deveríamos recuperar a matriz dos contos de Andersen para a formação juvenil. As bases sólidas da educação são os alicerces do Homem.
Um texto de João Ascenso, estudante do 4º ano e Presidente da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa.
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